Poluição por fuligem proveniente de queimadas, por fumaça de combustíveis fósseis, por poeira oriunda de construções ou até por gases como o monóxido de carbono, por exemplo. Quando falamos de poluição no ar, falamos da presença de substâncias nocivas na atmosfera que podem afetar o meio ambiente e ainda trazer consequências para a saúde humana.
A poluição no ar é classificada em dois tipos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como explica o médico Gladistone Coghetto Junior, da equipe técnica do Kurotel. São eles:
Poluição por partículas: inclui material particulado em suspensão,como PM10 (partículas com diâmetro de até 10 micrômetros) que habitualmente são perceptíveis e precipitam como por exemplo poeira oriunda de construções, desgaste de pneus e freios de veículos, e poluição de fábricas, fuligem proveniente de queimadas; e também as partículas menores PM2.5 (partículas comdiâmetro de até 2.5 micrômetros) como fumaça de combustíveis fósseis, emissõesde veículos, e partículas geradas por queimadas e incêndios;
Poluição por gases: inclui poluentes como dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e ozônio (O3). Estes gases podem reagir com outros componentes atmosféricos para formar poluentes secundários, como o ozônio troposférico.
Qual é a principal forma de exposição à poluição?
Segundo o Dr. Gladistone, a principal forma de exposição à poluição do ar é através da respiração. "Quando as pessoas inalam ar poluído, as partículas e gases nocivos entram nos pulmões gerando depósitos que ao longo do tempo podem serabsorvidos pela corrente sanguínea, afetando diversos órgãos e sistemas do corpo", afirma.
Quais são as principais doenças associadas à poluição do ar?
A exposição crônica a poluição do ar está associada a uma variedade de problemas de saúde, de acordo com o Gladistone Coghetto Junior. Entre eles estão:
Doenças respiratórias: como asma e bronquite crônica, devido à irritação das vias aéreas e dos pulmões por partículas finas e gases poluentes;
Doenças cardiovasculares: como infarto do miocárdio e hipertensão, pois a poluição pode causar inflamação e estresse oxidativo, afetando o sistema cardiovascular;
Câncer de pulmão: a exposição prolongada a poluentes como PM2.5 e gases de combustíveis fósseis pode aumentar o risco de câncer;
Problemas neurológicos: há evidências crescentes de que a poluição do ar pode afetar o sistema nervoso central, contribuindo para condições como Alzheimer e outras demências.
Quais são as orientações para reduzir a exposição à poluição?
Diante das queimadas no Brasil, o Ministério da saúde emitiu orientações para reduzir os prejuízos à saúde gerados com a fumaça intensa e neblina em todo o território nacional. Confira abaixo:
- Aumente a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e protegidas;
- Permaneça em ambientes fechados, preferencialmente bem vedados e com conforto térmico adequado. Quando possível, busque ambientes com ar condicionado e filtros de ar para reduzir aexposição;
- Mantenha portas e janelas fechadas durante os horários de maior concentração de poluentes no ar, para minimizar a penetração da poluição externa;
- Evite atividades físicas ao ar livre durante este período do ano;
- Não consuma alimentos, bebidas ou medicamentos que tenham sido expostos a detritos de queima ou cinzas;
- Utilize, preferencialmente, máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente por pessoas que precisem sair de casa.
O Dr. Gladistone ressalta que a recomendação prioritária é permanecer em locais fechados e protegidos dafumaça. Segundo o médico, outras orientações importantes são:
- Controle a umidade do ambiente,mantendo acima de 30%;
- Use roupas leves e confortáveis nos dias de muito calor para evitar maiores perdas por transpiração.
"Na presença de sintomas respiratórios importantes como tosse persistente, falta de ar, dor no peito ao respirar, consulte seu médico de confiança", recomenda o Dr. Gladistone Coghetto Junior.
Dr. Gladistone Coghetto Junior - Graduação pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) em 2015. Pós-Graduação em Medicina Paliativa pela UNOESC em 2017. Pós-Graduação em Medicina de Urgência Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência em 2020. Pós-Graduação em Medicina Intensiva pelo Hospital Israelita Albert Einstein em 2021. Pós-Graduação em Nutrologia Clínica pela Afya Educação Médica em 2023 - CRM: 52111-RS