Corpo e Mente

Perder peso pode ajudar a reduzir o risco de câncer?

27/11/2025
Kurotel
Perder peso pode ajudar a reduzir o risco de câncer?

Manter um peso corporal saudável vai muito além da estética: é uma questão de saúde. Pesquisas e estudos têm mostrado que o excesso de gordura corporal também pode estar diretamente relacionado ao aumento do risco de diversos tipos de câncer. Surge então a dúvida: será que manter um peso saudável ajuda mesmo a prevenir o câncer?

"Há evidências científicas robustas de que o excesso de gordura corporal aumenta orisco de vários tipos de câncer", afirma o médico Gladistone Coghetto Junior, da equipe técnica do Kurotel. "A obesidade favorece um estado de inflamação crônica de baixo grau, altera o metabolismo hormonal (como o aumento de estrogênio e insulina circulantes) e afeta mecanismos de reparo celular. Esses fatores combinados criam um ambiente propício para o surgimento e a progressão de neoplasias malignas", completa.

Com base nesses mecanismos, alguns tipos de câncer estão mais fortemente associados ao excesso de peso. O médico explica que, entre eles, estão: mama (especialmente em mulheres pós-menopausa), cólon e reto, rim, esôfago, fígado, estômago, pâncreas, vesícula biliar, ovário, tireoide, meningioma e mieloma múltiplo. Além disso, há evidências de risco aumentado (embora menos pronunciado) para cânceres de boca, faringe, laringe, linfoma não Hodgkin, mama masculina e próstata com evolução fatal.

Como o tipo de emagrecimento impacta no risco de câncer?
De acordo como Dr. Gladistone, o fator mais relevante para a redução do risco de câncer não é o método utilizado para perder peso, mas sim a diminuição efetiva esustentável da gordura corporal. Ele ressalta a importância de diferenciar aperda de peso (que se refere à redução do peso total na balança) do emagrecimento (que consiste na perda predominante de gordura com a preservação da massa muscular).

"Perdas rápidas ou muito restritivas podem levar à redução excessiva de massa magra, o que está associado a piora de funcionalidade, menor capacidade imunológica e piores desfechos clínicos - inclusive em pacientes oncológicos", destaca.

Assim,independentemente de o processo ocorrer por meio de dieta, exercício físico, medicamentos ou cirurgia bariátrica, o ideal é que o emagrecimento seja acompanhado de estratégias para preservar ou aumentar a massa muscular, com oalimentação adequada em proteínas e prática regular de exercícios resistidos, garantindo benefícios metabólicos e funcionais que contribuem para a prevenção do câncer e de outras doenças crônicas.

A idade influencia os efeitos preventivos da perda de peso?
O Dr. Gladistone Coghetto Junior observa que manter um peso corporal e uma composição corporal adequados tem efeito preventivo ao longo de todo o ciclo de vida. Quanto mais cedo essa adequação ocorre, menor tende a ser o risco de desenvolvimento de câncer e de outras doenças crônicas associadas ao excesso de gordura corporal.

Evidências mostram que perder peso entre a juventude e a meia-idade reduz significativamente o risco de morte, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e envelhecimento acelerado, pois essa perda costuma ser intencional e focada na gordura.

Em idades mais avançadas, a perda de peso pode melhorar pressão arterial, glicemia e lipídios, mas os benefícios são menores e há risco maior de perda de massa muscular e óssea, aumentando a fragilidade. Por isso, em idosos, é importante focar na preservação da massa magra e densidade óssea, com proteínas, treino resistido e acompanhamento médico.

"Assim, o impacto da perda de peso depende não apenas da idade, mas também do contexto, da intencionalidade e da composição corporal preservada ao longo do processo", enfatiza o profissional.

Há um peso mínimo a ser perdido para reduzir o risco de câncer?
"Mesmo perdas modestas de peso podem impactar o risco de câncer, especialmente o câncer de mama pós-menopausa", afirma o Dr. Gladistone. Dados de grandes estudos mostram que uma perda sustentada de peso de pelo menos 2 kg já está associada à redução do risco de câncer de mama em mulheres acima de 50 anos. O efeito é gradativamente maior para perdas superiores: perdas entre 2–4,5 kg, 4,5–9 kg e ≥9 kg mostraram redução progressiva do risco, sem um limiar mínimo absoluto, mas com benefício incremental conforme o peso perdido aumenta.

Esses achados reforçam que não há um valor mínimo fixo, mas perdas sustentadas de 2–5 kg (ou>5–10% do peso corporal) já trazem benefício na redução do risco de câncer de mama pós-menopausa. Para outros cânceres ligados à obesidade, perdas acimade 10% do peso corporal são um alvo clínico razoável, com benefícios maiores para perdas ainda maiores e mantidas.

Quem tem câncer na família se beneficia mais da perda de peso?
Pessoas com histórico familiar de câncer se beneficiam mais da perda de peso em termos de prevenção, segundo o médico. Ele explica que, embora a predisposição genética aumente o risco de certos tipos de câncer, o risco final é resultado da interação entre fatores genéticos e ambientais, incluindo o estilo de vida. "Em indivíduos com histórico familiar, manter um peso corporal saudável pode ter impacto ainda mais relevante, pois atua sobre mecanismos biológicos comuns ao desenvolvimento de câncer, independentemente da herança genética", afirma.

Hábitos saudáveis (como emagrecimento, alimentação equilibrada, exercícios regulares e controle do tabagismo e álcool) reduzem significativamente o risco de câncer, mesmo em pessoas com mutações genéticas predisponentes (ex: BRCA1/BRCA2). "Para indivíduos com histórico familiar, o controle do peso não elimina o risco genético, mas pode retardar o aparecimento, reduzir a probabilidade de desenvolvimento e melhorar oprognóstico caso a doença ocorra", ressalta.

Como o Kur pode ajudar?
A abordagem multidisciplinar para perda de peso do Kurotel, melhor spa médico das Américas, envolve uma equipe técnica especializada composta por médicos, nutricionistas, educadores físicos e suporte psicossocial. Essa integração promove intervenções sustentáveis e eficazes sobre fatores de risco modificáveis, com impacto positivo na redução do risco de câncer.

Intervenções que combinam dieta, atividade física e apoio comportamental resultam em maior redução de peso, circunferência abdominal e melhora da composição corporal, quando comparadas a abordagens isoladas, além de favorecer a manutenção dessas mudanças a longo prazo. Clique aqui e saiba mais!

Dr. Gladistone Coghetto Junior - Graduação pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) em 2015. Pós-Graduação em Medicina Paliativa pela UNOESC em 2017. Pós-Graduação em Medicina de Urgência Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência em 2020. Pós-Graduação em Medicina Intensiva pelo Hospital Israelita Albert Einstein em 2021. Pós-Graduação em Nutrologia Clínica pela Afya Educação Médica em 2023 - CRM: 52111-RS

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