Conheça os impactos do estresse na saúde mental

Em um mundo cada vez mais acelerado e exigente, o estresse tornou-se uma presença constante na vida de muitas pessoas. Embora seja uma resposta natural do corpo diante de desafios, quando persistente ou mal gerenciado, o estresse pode afetar profundamente a saúde mental. Transtornos como ansiedade, depressão, insônia e até a síndrome de burnout têm, muitas vezes, o estresse como gatilho ou fator agravante.

Antes de mais nada, é importante explicar que o estresse faz parte das reações naturais do ser humano. Trata-se de uma resposta fisiológica e psicológica do corpo diante de situações que exigem adaptação, atenção ou ação. Como diz o psicólogo Auro Azevedo, da equipe técnica do Kurotel, o estresse não é necessariamente algo ruim ou prejudicial.

Ele pode, inclusive, trazer benefícios em determinadas situações, como quando precisamos de mais concentração, foco ou de uma reação rápida diante de uma ameaça. No entanto, quando se torna constante e contínuo, o estresse pode representar um risco ao nosso equilíbrio emocional e físico.

Por isso, é comum dividir o estresse entre "bom" e "ruim", ou, tecnicamente, em eustresse e distresse. "O eustresse pode funcionar como uma forma de melhorar nosso foco e atenção diante de situações que exigem a resolução de um problema importante, tendo geralmente curta duração. Já o distresse costuma ser mais duradouro e pode causar danos à saúde emocional e ao sistema imunológico, impactando negativamente nossa saúde e qualidade de vida", afirma Auro.

Sinais de estresse na saúde mental
‍Segundo o psicólogo, quando o estresse se torna constante ou apresenta pouca variação, aumentam as chances de desequilíbrio emocional. O nível elevado de estresse está diretamente ligado à piora da saúde mental, pois a liberação contínua de hormônios relacionados a esse estado afeta o humor, a memória, a imunidade e aumenta o risco de desenvolver ansiedade e depressão.

Nesse sentido, Auro Mauro explica que o estresse crônico (aquele que se prolonga por semanas, meses ou até anos) desencadeia uma série de reações no corpo, incluindo a liberação de hormônios como o cortisol, que, em excesso, pode afetar negativamente o cérebro e o sistema nervoso. "O hipotálamo, responsável por regular o estresse, pode ser danificado, afetando a memória, o aprendizado e a capacidade de tomar decisões", afirma.

Além disso, como destaca o especialista, o estresse crônico pode provocar alterações na química cerebral, o que aumenta a probabilidade de desenvolver transtornos de ansiedade e depressão. "O estado contínuo de estresse interfere no equilíbrio físico e mental, causando desequilíbrio nos neurotransmissores e no sistema imunológico, além de provocar a hiperativação de regiões cerebrais responsáveis pela resposta e equilíbrio emocional, bem como a desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), responsável pela resposta ao estresse, interferindo no controle do cortisol e demais hormônios do estresse", observa.

Estresse, sono e saúde mental
‍O estresse interfere na qualidadedo sono, e um sono de boa qualidade é essencial para a saúde mental. Conforme apontado por Auro Mauro, a influência do estresse no sono, na memória e na concentração é significativa. O estresse é o oposto do relaxamento, e os hormônios liberados durante situações estressantes afetam diretamente a capacidade de relaxar, concentrar-se e manter a memória.

"O alto nível de estresse está associado à dificuldade de manter o sono REM, interferindo na memória, na cognição, em alterações nas redes neurais e no equilíbrio emocional, aumentando as possibilidades de desenvolvimento de transtornosmentais, como ansiedade e depressão", explica.

Proteja sua mente do estresse
‍Como destaca o psicólogo, o equilíbrio na dedicação aos diferentes setores da vida, aliado à manutenção de hábitos saudáveis e mudanças no estilo de vida, é fundamental para preservar a saúde física e emocional e reduzir os efeitos nocivos do estresse na mente.

"As mudanças no estilo de vida são medidas interessantes e devem ser sempre promovidas, sempre focadas em alguns pontos importantes, como atividade física regular (com supervisão de um profissional), alimentação saudável e equilibrada, sono reparador, meditação, manutenção de vínculos sociais, hobbies, diminuição do uso de telas e cuidados com a saúde emocional", orienta.

Como o Kur pode ajudar?
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Auro Mauro Azevedo - Formação em Psicologia pela Universidade de São Marcos (2001). Pós-graduação em Psicologia Jurídica: Família, Infância e Juventude pelo Instituto de Psicologia de São Paulo (2005). Pós-graduação em Psicologia Hospitalar pelo Hospital de Clinicas - FMUSP (2006).  Pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental TCC pela Faculdade Metodista (2023). Mestrado em Neurologia/Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (2012).

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